quinta-feira, 31 de julho de 2008

- Intervalo -

Este blog vai a banhos. Já era tempo e estávamos a precisar.

Voltarei. Até lá não “postarei” nem ripostarei.

Portem-se em condições, estarei de olho em vós.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Ante-férias

Estou em estágio de preparação para o gozo de umas (obviamente) merecidas férias.

Férias são de trabalho, não são férias para parar de ouvir música e por isso acabo de adicionar mais um disco ao meu já pequeno leitor de mp3.

Creio que se os mp3 se gastassem à medida que vão sendo ouvidos este ficaria em breve com uns bytes a menos. Mas não digo que disco é. Apenas que o título é adequado à época e o nome do grupo (sim, é um grupo) vem a calhar para um "blindfold test".

rias, "two days to go..."

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Tora Tora Big Band

É frequente eu gostar de ouvir "big bands". Claro que, como todos, ouvi vezes sem conta as orquestras da "swing era", depois as que se seguiram durante os anos da guerra, até ao esplendor das grandes orquestras dos anos 50 e 60, as que acompanhavam os nossos "crooners" favoritos e os filmes que se tornaram clássicos.

Escutadas as lições do básico, prefiro hoje ouvir as modernas "big bands", quer pelo repertório, quer pelo estilo e arranjos que escolhem.

Mas a maior parte das vezes fico-me mesmo por aquilo a que chamaria as "not so big bands", uma espécie de versões compactas e actualizadas das primeiras.

O estilo e os grupos a que me refiro devem muito ao acid-jazz da primeira metade dos anos 90 (p.ex. os americanos Groove Collective ou os holandeses New Cool Collective), com formações médias, assentes em poderosas secções rítmicas - frequentemente utilizando baixo eléctrico - e de sopros.

Deste estilo nada se fez em Portugal até ter surgido a Tora Tora Big Band, formada em 2001 com 12 músicos de 6 nacionalidades (Portugal, Brasil, Alemanha, EUA, Dinamarca e Itália) residentes em Portugal. Como os seus precursores, também estes obedecem ao mesmo padrão de instrumentos e de influências multiculturalistas.

Vale a pena conhecer o único disco, "Cult", lançado em 2007. Aqui há jazz, música latina, funk e world music.

Aqui ouve-se e dança-se.


sábado, 26 de julho de 2008

Amigos

É aproveitá-los bem porque ainda os há: temas destes, vozes destas, momentos assim.... e os amigos.

Trijntje Oosterhuis - "That's What Friends Are For"



E depois digam-me, como é que eu não hei-de continuar a gostar desta rapariga?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Tarde de sol e banhos

Foi assim que a conheci, de forma inesperada mas perfeita, numa espreguiçadeira à beira de uma piscina, com vista para a praia, durante uma fantástica tarde atlântica de sol imenso e água.

Não estava no Rio de Janeiro, mas fez-me sentir mais perto dos trópicos.

E eu nestas coisas não resisto; quando não conheço, pergunto quem é. E assim foi, a pessoa que eu menos esperava para nos poder apresentar trouxe-me um disco chamado "
Moments Of Passion".

Ele há mesmo coisas que, não sendo perfeitas se tornam perfeitas, desde que estejam no tempo e no sítio certo.


Águas paradas (II)

(fj) 2006

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Vou aqui, já venho


A propósito de Franfurt, uma das minhas preferidas...

"The German air controllers at Frankfurt Airport are a short-tempered lot. They not only expect one to know one's gate parking location but how to get there without any assistance from them. So it was with some amusement that we (a Pan Am 747) listened to the following exchange between Frankfurt ground control and a British Airways 747 (call sign "Speedbird 206") after landing:

Speedbird 206: "Top of the morning Frankfurt, Speedbird 206 clear of the active runway."

Ground (with strong German accent): "Guten morgen! You will taxi to your gate!"

The big British Airways 747 pulled onto the main taxiway and slowed to a stop.

Ground: "Speedbird, do you not know where you are going?"

Speedbird 206: "Stand by a moment ground, I'm looking up our gate location now."

Ground (with some arrogant impatience): "Speedbird 206, you have never flown to Frankfurt before?!?"

Speedbird 206 (coolly): "Yes, I have, in 1944. In another type of Boeing... but I didn't stop."

sábado, 19 de julho de 2008

Revelação

Esta semana foi difícil e proveitosa ao mesmo tempo. Entre algumas novidades tive também uma revelação e, como quase sempre as revelações acabam por ser, também esta foi casual.

Há já muito tempo que perseguia esta música. Sem nada saber acerca dela
procurei durante anos identificá-la. Em vão.

Troquei e-mails com o autor do programa de rádio ao qual serve de indicativo e, continuo a perguntar-me porquê, este resolveu nunca me dizer directamente que tema era ou de que álbum se tratava (foi certamente para me fazer conhecer mais uns quantos discos de jazz).

Esta busca tornou-se uma saga sem fim à vista. Ontem, sem saber bem como, tropecei neste álbum na net: Lou Donaldson, "The Time Is Right" (1959).

Parece que é raro. Encontra-se apenas em edição japonesa, de importação, a preços dignos de luxos asiáticos.

Logo a abrir, "Lou's Blues". Tocam Lou Donaldson (sax alto), Blue Mitchell (trompete), Horace Parlan (piano), Laymon Jackson (contrabaixo), Dave Bailey (bateria) e Ray Barreto (congas).

Nunca antes tinha ouvido o uníssono dos sopros logo a seguir ao tema, nem os solos de saxofone, trompete, piano e contrabaixo. Apenas lhe conhecia o início, o fim e o som da incessante propulsão das congas do grande Ray Barreto (
desaparecido há apenas 2 anos e que ainda pude ver no Blue Note em Nova Iorque).

Para mim esta saga terminou.
Quanto ao autor do programa de rádio, fico sem saber se, caso ele visse este blogue, esta revelação o deixaria aborrecido. Paciência. Também eu a tive.

E agora... um, dois... um, dois, três, quatro... cinco minutos de jazz.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Regressos

Belo disco, duplo, de regresso de António Pinho Vargas e de lançamento de nova editora pela mão de David Ferreira.

Chama-se "Solo" e foi gravado no Centro Cultural de Belém em Dezembro de 2007.

Sabe bem ouvir de novo temas assim.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Canícula (bis)

(fj) Figueira da Foz, Agosto de 2007

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Canícula

Aquela que sempre foi uma das minhas músicas preferidas, das que eu levaria no ipod, se tivesse de sair de repente para outra vida.

Cantada em italiano, o original, que nestas coisas ainda é o melhor.

Com uma secção de cordas e um arranjo superior, ora clássico, ora moderno.

Fabrizio Bosso toca trompete e faz as honras da casa, que o cd é dele - "Bosso with Strings".

Estas coisas tenho de ouvir com moderação. E mais não digo.



Estate (Bruno Brighetti)

Estate

Sei calda come i baci che ho perduto
Sei piena di un amore che è passato
Che il cuore mio vorrebbe cancellare

Odio l'estate
Il sole che ogni giorno ci scaldava
Che splendidi tramonti dipingeva
Adesso brucia solo con furore

Tornerà un altro inverno
Cadranno mille pètali di rose
La neve coprirà tutte le cose
E forse un po' di pace tornerà

Odio l'estate
Che ha dato il suo profumo ad ogni fiore
L' estate che ha creato il nostro amore
Per farmi poi morire di dolore

Odio l'estate...

Tornerà un altro inverno
Cadranno mille pètali di rose
La neve coprirà tutte le cose
E forse un po' di pace tornerà

Odio l'estate
Che ha dato il suo profumo ad ogni fiore
L' estate che ha creato il nostro amore
Per farmi poi morire di dolore

Odio l'estate... Odio l'estate...

El Camino del Rey, Málaga




Este vídeo dá-me uma certo desconforto, confesso.

Para dizer o mínimo.


É de ver em 'full screen'!

domingo, 13 de julho de 2008

Cigarettes and Chocolate Milk (these are just a couple of my cravings)

Há um par de anos, um ex-colega (o ainda e, acima de tudo, sempre amigo TP 060), sugeriu-me de forma espontânea uma música de que ele gostava. Aquela que durante as primeiras audições achei ser entediante e barroca (tanto a composição como a produção) foi-se tornando gradualmente numa das músicas que, volta e não volta, revisito e reaprecio.

Mais, se hoje sou eu mesmo a sugeri-la neste sítio é porque ela se tornou especial. Confesso que na altura nem sequer conhecia o Rufus Wainwright. Não sabia das suas composições elaboradas,
da sua voz aquém de perfeita, da sua escrita empenhada, nem das suas opções e aspectos pessoais mais peculiares.

Acho esta interpretação de "Cigarettes and Chocolate Milk" fenomenal. Quem conhecer bem a música e a
produção exagerada do original (quem não conhecer que a peça) apreciará a forma absolutamente arrebatada e quase perfeita como Rufus a canta e toca, sózinho ao piano.

O chocolate de leite dispenso, dos cigarros sinto a falta, mas esta música e Rufus Wainwright tornaram-se 'just a couple of my cravings'.


Mestiçagens



Sergent Garcia - Adelita

Dei por ele na net, há uns anos atrás. Percebi então que era francês, filho de pai espanhol, e que misturava reggae, salsa, rap, hip-hop e ska. Que era o criador de uma coisa chamada 'salsamuffin' (anterior e por isso sem nada a ver com o muito mau reggaeton que agora se faz). E que se chamava Bruno Garcia mas que, para efeitos de palco, preferia ser Sergent Garcia.

Depois de ouvir algumas coisas mais antigas aquilo tornou-se uma paixão súbita. E lá fui eu, metodicamente, atrás dos álbuns, um a um, até ao best of, comprado numa loja de aeroporto em Paris.

Bruno "Sergent" Garcia é um especialista em música e ritmos das Caraíbas, onde passa muito do seu tempo e onde já gravou alguns dos seus discos.

"Lo Sargento" canta
indiferentemente em castelhano, inglês ou francês, com frequência misturando-os na mesma música. "Adelita" é um bom exemplo do domínio da linguagem musical que escolheu - neste caso a cubana. Numa animação interessantíssima e com uma história bem contada (quem conhece Cuba irá rever aqui inúmeros aspectos da "ilha"), está tudo aqui, os violinos e as harmonias caribeños, o piano e o baixo bem balançados, os metais polidos e brilhantes.

Este é o Sergent Garcia mais tradicional, o outro, o que eu conheci primeiro, está aqui.

Sergent Garcia - Revolucion


sexta-feira, 11 de julho de 2008

Blusões

Lápide de um cantor de blues: "Well...I didn't wake up this mornin'."

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Vadios e pedintes

Aos vadios e pedintes,
isolados na alma,
isolados na vida,
deprimidos nas sensações.
Aos lúcidos.




Eu, que não sei de poesia, gosto tanto disto!

Encontrado por aqui.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Quem vê quem

De repente... lá estava ele, a olhar para mim.
(fj) Leiria, Outubro de 2006

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Tres notas para decir te quiero

A minha amiga Grain Of Sand deu-me a conhecer, por interposto amigo, este tema do Vicente Amigo. Ena pá, tantos amigos!

Gracias, un saludo, granito de arena
!



Cuidado, este tema é daqueles que se cola ao ouvido.

domingo, 6 de julho de 2008

Esperanza Spalding

A miúda só tem 24 anos e toca contrabaixo desde miúda.

A miúda já estudou na Berklee e agora já dá aulas na Berklee.


A miúda já tem artigos sobre ela na downbeat, é convidada do David Letterman e já foi contrabaixista no grupo do
Joe Lovano.

A miúda já
tocou com toda gente grande e toda a gente grande gosta da miúda.

Não sendo eu grande, também gosto da miúda. Só me falta tudo o resto.




sábado, 5 de julho de 2008

On the 5th of July

O meu bom velho amigo Anonymous Said, o meu pneumologista preferido, fez-me chegar hoje o original do "On the 4th of July". Por causa das tosses. Um bem-haja.

Sendo publicada a 5 de Julho será por isso uma versão serôdia mas, sendo a original, aqui fica, quanto mais não seja para efeitos de comparação.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

On the 4th of July

Para hoje, feriado em Coimbra, uma canção do James Taylor.

Da cantora já aqui falei; Trijntje Oosterhuis. Não preciso de voltar a dizer o quanto gosto dela, apenas volto a dizer que só nos traz coisas boas.

E há ainda um simples e bonito solo de harmónica de Tommy Morgan. E depois, a cada 3º verso de cada refrão, há um cheirinho a Steely Dan no ar. Há ou não há?



On The 4th of July (J. Taylor)

Shall I tell it again how we started as friends
Who would run into one another now and again
At the Yippee Cai O or the Mesa Dupree,
Or a dozen different everyday places to be

I was loping alone living alone
We were ever so brave on the telephone
Would you care to come down for fireworks time
We could each just reach, we
could step out of line

And the smell of the smoke and the lay of the land
And the feeling of finding one's heart in one's hand
And the tiny tin voice of the radio band
Singing "love must stand"

Love forever and ever must stand

Unbelievable you, impossible me
The fool who fell out of the family tree

The fellow that found the philosopher's stone
Deep underground like a dinosaur bone

Who fell into you at a quarter to two
With a tear in your eye for the Fourth of July

For the patriots and the minutemen
And the things you believe they believed in then


Such as freedom, and freedom's land
And the kingdom of God and the rights of man

With the tiny tin voice of the radio band
Singing "love must stand"

Love forever and ever must stand

And forever must stand.


Oh, the smell of the smoke as we lay on the land
And the feeling of finding my heart in my hand
And the tiny tin voice of the radio band
Singing "love must stand"

Love forever and ever must stand

All on the Fourth of July, on the Fourth of July.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Cantiga d'Amor

Tenho ouvido isto muitas vezes, muitas vezes; e ainda não me cansei.



É ou não é bonito?

Como é bom poder tocar um instrumento

O génio, mais uma vez.

E como é que nunca antes me deu para tocar isto? É que a própria letra o diz, "Como é bom poder tocar um instrumento".



Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel

Uma mulher, uma beleza que me aconteceu

Esfregando a pele de ouro marrom

Do seu corpo contra o meu

Me falou que o mal é bom e o bem cruel

Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu

Ela me conta sem certeza tudo o que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin’ Days

Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair

Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher

Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor

E espalhado muito prazer e muita dor

Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar

Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar

Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão

E a tigresa possa mais do que o leão

As garras da felina me marcaram o coração

Mas as besteiras de menina que ela disse não

E eu corri pra o violão num lamento

E a manhã nasceu azul

Como é bom poder tocar um instrumento