Vagif Mustafa Zadeh nasceu em 1940 em Baku, no Azerbeijão. Cedo gostou de jazz e cedo o procurou nas emissões da BBC e da “Voice Of America”. É que nos anos do pós-guerra o jazz era tido por ali como a “música dos capitalistas” (interessante, como as interpretações do mesmo facto variam ao sabor da ideologia: Hitler tinha antes chamado ao jazz “música de pretos”).
Desafiando o regime e as suas restrições, Vagif afirmou-se como músico e compositor de jazz, criando um estilo baseado na fusão com a música tradicional improvisada do Azerbeijão – o mugham.
Em 1978 ganhou o “Monte Carlo Jazz Competition Festival”, com a sua composição “Waiting for Aziza” (a sua filha nascida em 1969).
Em 1979 morreu, no palco, aos 39 anos.
Para além do legado musical - só conhecido no exterior após a separação do Azerbeijão da ex-União Soviética - Vagif deixou uma filha, pianista como ele.
Aziza Mustafa Zadeh segue as pisadas do pai e, após ter vencido em Washington o prémio Thelonious Monk, passou a viver na Alemanha e a prosseguir a sua carreira a partir daí.
Exótica, surpreendente, exímia em sensibilidade e virtuosismo, grava e toca com os maiores do jazz.
Outra coisa, não menos importante: Aziza faz sempre questão de relembrar o pai e de lhe prestar tributo. Fica bem a quem tem talento.
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