domingo, 26 de outubro de 2008

The Blanton–Webster Band

Existe uma anedota acerca do contrabaixo (aplicável, por extensão, ao baixo eléctrico) que ilustra bem a forma como este instrumento foi e continua a ser olhado por muitos.

A missionary goes to the most remote part of a jungle. As soon as he arrives in the village he is to visit, he hears drums beating wildly in the distance. He asks the Chief what the drums mean. The Chiefs replies "Drums play, good. Drums stop, bad." During the missionary’s long stay he frequently asks the Chief about the continuous drumming. The Chief’s reply is always the same. "Drums play good. Drums stop, bad”

Finally, as the missionary is leaving he asks the Chief again about the drumming. The Chief says "Drums play, g..." "I know, I know" says the missionary. "Drums play, good. Drums stop, bad. But why is it bad when the drums stop?"

The Chief shakes his head and says "Drums stop, bass solo.


Houve uma vez um rapaz que viveu 24 anos e marcou para sempre a história do contrabaixo.

Jimmy Blanton nasceu em 1918 em Chattanooga, Tennessee. Após os anos de liceu, (em cuja banda começou a tocar contrabaixo) mudou-se para St. Louis onde, no Outono de 1939, começou a tocar regularmente na orquestra de um hotel. Terá sido aí que, uma noite, ao tocar com Miles Davis, Duke Ellington reparou nele e de imediato o contratou para a sua orquestra.

Aí passou a repartir o lugar de contrabaixista com Billy Taylor, o qual veio a sair em 1940. Durante o ano que se seguiu, Blanton, conjuntamente com Ben Webster, marcou aquela que seria a época de ouro da orquestra de Duke Ellington. De tal forma foi marcante a junção destes dois músicos com o génio de Duke Ellington que aquela formação viria a ficar conhecida como a “Blanton–Webster Band”.

Jimmy Blanton no Savoy,
Harlem, New York City, 1940


Não é coisa pouca, ser-se capaz de “roubar” o nome da orquestra ao próprio Ellington. Para além de estar no sítio certo, à hora certa, Blanton tinha com ele uma técnica, uma força e uma genialidade daquelas que só raramente aparecem numa só pessoa.



A Orquestra de Duke Ellington durante o período "Blanton–Webster", Howard Theatre, Washington, D.C., 1940

E este foi também mais um caso de um meteoro que aparece, ofusca e em seguida desaparece. No final de 1941, Blanton, em digressão com Duke Ellington, adoece e é hospitalizado em Los Angeles, onde lhe é diagnosticada tuberculose. Em Abril de 1942 é transferido para um sanatório, onde viria a morrer em Julho seguinte.

Jimmy Blanton revolucionou o papel que o gordo e desajeitado contrabaixo tinha até então - integrando-o harmonicamente com os restantes instrumentos mas, principalmente, abrindo-lhe caminho para o papel melódico que até aí não tinha - e tornou-se na maior referência do instrumento durante as décadas seguintes.

Digam-no Oscar Pettiford, Ray Brown ou Charles Mingus.

5 comentários:

Anonymous disse...

Pouca sorte... Porque foi precisamente em 1942 que apareceu a estreptomicina, o primeiro antibiótico com efeito sobre o Mycobacterium tuberculosis (mais conhecido por bacilo de Koch).
Um abraço.
Anonymous Said

sem-se-ver disse...

belo post!!

fj disse...

caro dr. said, sabes o que é isto? é a mania das pressas! é pessoal que não sabe esperar, é o que é!
abraço.

fj disse...

ssv, obrigado. :-)

sem-se-ver disse...

e ah!, sendo que a anedota é de antologia!! :D

(não conhecia)