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Fui para o concerto sem qualquer tipo de expectativa ou de preparação prévia. Apenas me tinham dito que devia ser uma “coisa gira”, uns cantores... assim, tipo “músicas do mundo”.
Apagam-se as luzes e entram no palco 4 homens, de ar simpático mas rude, vestidos com trajes tradicionais da sua terra natal, a Sardenha. Formam entre si um pouco mais do que um semicírculo, de olhos quase fechados, encerrados em si mesmos, e começam com isto.
É impossível ficar indiferente ao ouvir-se, e em especial ao presenciar-se, o canto a tenore. Assim se chama o canto polifónico de Bitti, na Sardenha, uma tradição com milhares de anos e classificada pela UNESCO como património imaterial da humanidade.
É um caso interessantíssimo de harmonia vocal compacta, com alterações bem marcadas de tonalidade, e um dos poucos exemplos de música tradicional que incorpora canto gutural e harmónicos vocais (onde uma nota fundamental e um harmónico são emitidos em simultâneo, neste caso harmónicos inferiores).
Não se ouve facilmente, é claro, mas vale a pena conhecer e perceber quais as suas regras.
Naquela noite saí do auditório ainda meio aturdido, comprei-lhes um CD, claro, e ficou claro também que eles eram - são mesmo - de outro mundo.
2 comentários:
conheço-os dd ha 2 anos, por aí.
e sao totalmente de outro mundo.
obg por este teu post, fiquei com vontade de os ouvir de novo.
(so que agora ando ofuscada c o cd da bartoli que me chegou hoje, vai dar post, talvez 5f que estou meia apertada de tempo)
ficamos então à espera da bartoli.
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